João XXIII

Exercícios de Revisão

1. Enumere as riquezas naturais da América.
2. Estabeçeça uma comparação entre a exploração dos recursos naturais na América Anglo-Saxônia e na Latina.
3. Caracterize a agropecuária da América Anglo-Saxônica e da Latina.
4. Diferencie pecuária INTENSIVA da EXTENSIVA.
5. Indique as atividades que compõem os setores PRIMÁRIO, SECUNDÁRIO e TERCIÁRIO.
6. Caracterize a regiãi industrial estadunidense, conhecida como manufacturing belt.
7. Indique as principais características da industrialização da América Latina.
8. Quais são as mais recentes áreas industriais da América Anglo-Saxônica.
9. Quais são os países latinos mais industrializados?
10. O que são tecnopolos? Cite exemplos no Brasil.
11. Justifique o fato do setor terciário empregar a maior parte da PEA, nos países industrializados.
12. O que é desemprego estrutural?
13. Nos países da América Latina, o setor terciário não consegue absorever toda mão de obra dispensada pelos setores primário e secundário. Quais são os problemas sociais em áreas urbanas, gerados por essa situação?

                                                                                                 Bons estudos!!!!!!!!!!!

População mundial: já somos 7 bilhões?

A população mundial pode chegar à marca dos 9 bilhões até 2045. O planeta vai conseguir sustentar tanta gente?
 
Antes do século 20, nenhum ser humano tinha vivido o suficiente para testemunhar uma duplicação da população mundial, mas hoje há pessoas que a viram triplicar. Em algum momento até o fim de 2011, segundo a Divisão de População das Nações Unidas, seremos 7 bilhões de pessoas.
Embora seu ritmo esteja diminuindo, essa explosão demográfica está longe de terminar. As pessoas passaram a viver mais tempo e há tantas mulheres ao redor do mundo em idade de procriar - 1,8 bilhão - que a população global ainda vai continuar crescendo pelo menos durante algumas décadas, mesmo que cada mulher tenha menos filhos que na geração anterior. Até 2050, o total de seres humanos no planeta pode chegar a 10,5 bilhões ou então se estabilizar por volta dos 8 bilhões - a diferença é de cerca de um filho para cada mulher. Os demógrafos da ONU consideram mais provável a estimativa média: eles estão projetando uma população mundial de 9 bilhões antes de 2050 - em 2045. O resultado final dependerá das escolhas feitas pelo casal quando realizar o mais íntimo dos atos humanos.
Com a população mundial a aumentar ao ritmo de cerca de 80 milhões de pessoas por ano, é difícil não ficar alarmado. Em toda a Terra, os lençóis freáticos estão cedendo, os solos ficando cada vez mais erodidos, as geleiras derretendo e os estoques de pescado prestes a ser esgotados. Quase 1 bilhão de pessoas passam fome todo o dia. Daqui a algumas décadas, haverá mais 2 bilhões de bocas a ser alimentadas, a maioria em países pobres. E bilhões de outras pessoas lutarão para sair da miséria. Se seguirem pelo caminho percorrido pelas nações desenvolvidas - desmatando florestas, queimando carvão e petróleo, usando fertilizantes e pesticidas com abundância - vai ser enorme o impacto sobre os recursos naturais do planeta. Como podemos conciliar tudo isso?
Oito bilhões correspondem à estimativa mais baixa da ONU para 2050. Nesse cenário otimista, Bangladesh teria uma taxa de fecundidade de 1,35 em 2050, mas ainda 25 milhões de habitantes a mais que hoje. A taxa de fecundidade em Ruanda também seria inferior ao nível de reposição, mas sua população atingiria o dobro do que era antes do genocídio. Se esse é o cenário mais otimista, alguém poderia dizer, então o futuro é de fato deprimente.
Porém, também podemos tirar disso outra conclusão: talvez essa preocupação com os números populacionais não seja a melhor maneira de confrontar o futuro. As pessoas amontoadas em favelas necessitam de ajuda, mas os problemas a ser resolvidos são a pobreza e a falta de infraestrutura, não a superpopulação. Proporcionar a todas as mulheres acesso aos serviços de planejamento familiar é uma boa ideia. No entanto, o mais agressivo programa de controle populacional que se possa imaginar não vai salvar Bangladesh da elevação no nível do mar nem Ruanda de outro genocídio nem todos nós dos enormes problemas ambientais a nossa frente.
O aquecimento global é um exemplo. As emissões de carbono ocasionadas pelo uso de combustíveis fósseis estão aumentando com maior rapidez na China, mas ali a taxa de fecundidade já é inferior ao patamar de reposição - não resta muito a fazer em termos de controle demográfico. Nas regiões em que a população está aumentando em ritmo mais acelerado, como na África subsaariana, as emissões per capita são bem menores que nos Estados Unidos - portanto, o controle demográfico ali teria um efeito irrelevante sobre o clima. Segundo cálculos de Brian O. Neill, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, se em 2050 a população mundial for de 7,4 bilhões, em vez de 8,9 bilhões, as emissões de carbono seriam reduzidas em 15%. Para interromper o aquecimento global, teremos de trocar os combustíveis fósseis por outras formas de energia - seja qual for o crescimento populacional.
Claro que a quantidade de pessoas faz diferença. Mais relevante ainda é o modo como as pessoas consomem os recursos. O principal desafio para o futuro das pessoas e do planeta é tirar da pobreza o máximo de gente e ao mesmo tempo reduzir o impacto de todos nós sobre o planeta.
                                                                                                          Fonte: National Geographic

Eleições no Peru

Desafio do novo presidente é unir país.


Ao fim de uma eleição polarizada, em que os peruanos escolherem o que chamavam de "mal menor", o candidato nacionalista Ollanta Humala foi eleito o novo presidente do Peru no último dia 5 de junho. Ele venceu a conservadora Keiko Fujimori com uma diferença de apenas 1,5 ponto porcentual.

Agora, o presidente empossado tem pela frente o desafio de unir um país dividido, com quase metade da população apoiando sua rival nas urnas.

Essa foi considerada a eleição presidencial mais polarizada e apertada da história peruana. Ambos os candidatos que disputavam a presidência possuíam um passado comprometedor que dividiu a preferência do eleitorado.

Keiko Fujimori é filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Ele cumpre 25 anos de prisão por crimes de corrupção, enriquecimento ilícito e violação dos direitos humanos. Fujimori foi eleito em 1990 e dois anos depois deu um "autogolpe".

O regime fujimorista foi marcado pelo autoritarismo e por escândalos políticos. Na época, Keiko, então com 19 anos, foi a primeira-dama mais jovem das Américas após o divórcio dos pais.

Já o candidato de centro-esquerda, Ollanta Humala, tem um passado de radicalismo político. Seu pai, o advogado Isaac Humala, é fundador do Movimento Etnocacerista, que defende o nacionalismo étnico.

No final dos anos 1980, Humala e o irmão, Antauro, ambos militares, criaram um grupo clandestino nas Forças Armadas: os Militares Etnocaceristas. Eles promoveram em 29 de outubro de 2000 um levante contra o governo Fujimori.

Em 2005, o irmão liderou uma tentativa frustrada de golpe contra o presidente Alejandro Toledo e foi condenado a 25 anos de prisão. Humala foi apontado como autor intelectual do motim, mas nada foi provado contra ele.

O ex-militar concorreu nas eleições presidenciais de 2006 e foi derrotado no segundo turno por Alan Garcia, atual presidente peruano.
 

Susto na bolsa

Os mercados peruanos reagiram mal à vitória de Humala. A Bolsa de Valores de Lima teve queda de 12,45% no dia seguinte ao pleito. O temor era de uma intervenção econômica que afetasse o setor privado, sobretudo no ramo de mineração, uma das principais atividades econômicas no país.

Para reverter a rejeição dos eleitores, o candidato eleito moderou as propostas de nacionalização de áreas da economia peruana no final da campanha. Ele também procurou desvincular sua imagem do presidente venezuelano
Hugo Chávez. De acordo com pesquisas, a proximidade com Chávez era o principal motivo de os peruanos desconfiarem do nacionalista.

O Peru teve, portanto, uma difícil escolha nas urnas. De um lado, o risco à economia representado por Humala. De outro, o risco à democracia, com a sombra do ex-presidente Fujimori se projetando sobre a candidatura da filha. Os peruanos tiveram que decidir pelo "mal menor".

Para o escritor peruano
Mario Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura, era como escolher entre morrer de câncer ou de Aids. Depois, o escritor voltou atrás e apoiou Humala no segundo turno.
 

Crescimento

O Peru é o berço de civilizações andinas como os Incas, cujo império foi derrubado pelos conquistadores espanhóis em 1532. A independência foi declarada em 1821, seguida de períodos de depressão econômica e distúrbios políticos.

Nos anos 1980, depois de doze anos de ditadura militar, o país se redemocratizou. Mas passou por instabilidade econômica, com inflação e dívida externa, e violência no enfrentamento do governo com guerrilheiros do grupo maoísta Sendero Luminoso.

O governo de Fujimori, eleito em 1990, estabilizou a economia e derrotou as guerrilhas. Porém, a corrupção e o abuso de poder o levaram a renunciar ao cargo em 2000.

Nos últimos anos, o Peru registrou um crescimento médio de 8% na economia, um dos maiores índices na América do Sul. A principal riqueza do país vem da exportação de minério, da pesca e da agricultura.

Contudo, a distribuição de renda ainda é um desafio para o governo. De acordo com o Banco Mundial, 34,8% da população de 29,2 milhões de habitantes vive abaixo da linha da pobreza (dados de 2009).

Outro grave problema é o narcotráfico. O país é o segundo maior produtor de cocaína, depois da
Colômbia. Estimativas apontam que o tráfico de drogas representaria entre 2,5% e 6% do Produto Interno Bruto (PIB).

O Peru e o
Brasil possuem um acordo de cooperação no combate aos narcotraficantes. Os vizinhos de fronteira também são parceiros comerciais. O Brasil exporta automóveis, peças de reposição de veículos e produtos industrializados. E importa minérios dos peruanos.
                                                                                                   FONTE: UOL Atualidades.

EUA e Oriente Médio

Obama defende criação de Estado palestino

O presidente Barack Obama surpreendeu autoridades ao defender, em pronunciamento no último dia 19 de maio, a criação de um Estado palestino com base nas fronteiras definidas em 1967.


Foi a primeira vez que um presidente norte-americano manifestou apoio aos palestinos nesses termos. Há décadas os árabes lutam por um Estado independente em regiões ocupadas por Israel após a Guerra dos Seis Dias.


Mas, por que os Estados Unidos aparentemente mudaram o tom nas negociações de paz entre Israel e os palestinos? Por que as fronteiras pré-1967 causam tanta polêmica?


Primeiro, é preciso entender um pouco a história do conflito no Oriente Médio. Ela se resume a uma disputa violenta por territórios e recursos naturais.


No século 19, colonos judeus foram incentivados a migrarem da Europa para a Palestina. O objetivo era constituir o Estado de Israel. Porém, os árabes já habitavam a região há séculos.


Durante a perseguição nazista aos judeus, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo migratório se intensificou.


Em 1947, a ONU (Organização das Nações Unidas) propôs a divisão da Palestina entre árabes e judeus, em dois Estados independentes. Jerusalém, cidade considerada sagrada por cristãos, judeus e muçulmanos, foi colocada sob controle internacional, para evitar conflitos. Os árabes não aceitaram o acordo e, no ano seguinte, Israel se tornou um Estado independente.


A tensão entre Israel e países árabes culminou na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Ao fim dos combates, os israelenses assumiram o controle da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, então pertencente à Jordânia, da Faixa de Gaza e da Península do Sinai, domínios do Egito, e das Colinas de Golã, território da Síria.


Os árabes que viviam nessas terras foram expulsos ou se retiraram para campos de refugiados. Os judeus, incentivados pelo governo, começaram a criar assentamentos em Gaza e na Cisjordânia.


Nos anos seguintes, ocorreram outras guerras, massacres, atentados terroristas pelo mundo e revoltas nos territórios ocupados. A Península do Sinai foi finalmente devolvida ao Egito em 1982, e a Faixa de Gaza, entregue aos árabes em 2005.

Terrorismo

A proposta de retorno às fronteiras anteriores a 1967 significa que Israel teria que desocupar os assentamentos da Cisjordânia, onde vivem cerca de 300 mil judeus (e 2,5 milhões de palestinos). E teria também que abrir mão de Jerusalém Oriental, que os palestinos querem transformar na capital de seu Estado.

Essa reivindicação das nações árabes tem respaldo na Resolução 242 da ONU, de 1967, que determina a desocupação das áreas palestinas. O documento, contudo, nunca foi seguido por Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considera que, tanto a remoção dos assentamentos israelenses da Cisjordânia quanto a devolução de Jerusalém Oriental aos árabes - dividindo novamente a capital em duas -, colocaria Israel em risco de atentados terroristas.

Seria como alugar um quarto em casa para o pior inimigo. O argumento é de que, quando as tropas israelenses deixaram Gaza, em 2005, o Hamas passou a atirar mísseis contra o lado israelense da fronteira.

Portanto, o governo dos Estados Unidos, aliado histórico de Israel, sabe que o retorno às fronteiras de 44 anos atrás é irreal. E nem foi isso que o presidente Obama quis dizer em seu pronunciamento, repudiado pelo premiê israelense.

Na verdade, Obama defendeu a formação de um Estado palestino com base nas fronteiras acertadas pela ONU, em 1967, com ajustes à realidade atual de ambos os povos. Ou seja, os colonos judeus não teriam que efetivamente deixar as regiões ocupadas, apenas o governo teria de negociar a cessão de terras com os palestinos.

Na prática, nada mudou. A intenção do presidente norte-americano foi mais tática. O objetivo era conter a iniciativa da Autoridade Nacional Palestina de buscar na Assembleia da ONU, em setembro, o reconhecimento unilateral para o Estado palestino, isolando Israel. A posição americana visa chamar os árabes de volta à mesa de negociações com os judeus.

Em discurso no Congresso americano no dia 24 de maio, Netanyahu enfatizou sua posição contrária em relação às fronteiras de 1967. Ele também disse que Jerusalém não será dividida com os palestinos.

O primeiro-ministro citou ainda que o obstáculo para novos acordos é a aliança da Autoridade Palestina com o Hamas, grupo considerado terrorista que prega a destruição do Estado israelense.

Os empecilhos, de fato, são mútuos: do lado palestino, o radicalismo do Hamas, e do lado israelense, a insistência da direita, representada pelo premiê, de não abrir mão da "terra santa".

                                                                                                   FONTE: UOL Atualidades.

O verdadeiro Senhor das Armas

O verdadeiro Senhor das Armas

Victor But: NY o espera. Foto: www.arabnews.com
Em “O Senhor das Armas” (Lord of War, 2005), o sofrível Nicolas Cage representa Yuri Orlov, um bem-sucedido traficante internacional de armas. O personagem foi inspirado no ex-oficial aviador, Victor But (ou Victor Bout ou Buttt), nascido em 1967 na antiga URSS.
Acredita-se que But, um subproduto do fim da “Guerra Fria”, aproveitou-se do colapso da União Soviética para iniciar o seu rentável negócio de morte. Sua carreira terminou em 6 de março de 2008, quando foi preso no hotel Sofitel em Bangcoc, na Operação Relentless.
Esta semana (16/nov/2010), contra a vontade da Rússia, a Tailândia autorizou a extradição de But para os Estados Unidos. Seu julgamento ocorrerá em um tribunal federal de Nova York, em Manhattan, onde é acusado pelo United States Attorney’s Office (o MPF norte-americano) de conspiração para a venda de armas para uma organização terrorista.
Victor But era procurado pela Interpol havia anos. Alguns países membros da organização emitiram difusões vermelhas (red notices) para sua captura. Suas viagens internacionais foram restringidas (entrou na travel ban list) e seus bens conhecidos foram bloqueados (foi inserido na asset freeze list) em várias partes do globo, por violação às Resoluções 1343, 1521 e 1532 do Conselho de Segurança da ONU (todas elas válidas no Brasil). Tais sanções foram consequência de seu apoio a Charles Taylor, homem forte da Libéria, e de seu envolvimento na comercialização dos conflict diamonds, os “diamantes de sangue”.
No filme “O Senhor das Armas”, Orlov negocia armamentos com Charles Taylor, ex-ditador da Libéria, que atualmente responde por crimes contra a humanidade perante o Tribunal Especial de Serra Leoa. Na vida real, alega-se que But forneceu armas e munição para este e outros tantos warlords em vários continentes, mas principalmente na África. No filme, Orlov é ucraniano e vive em Nova York. Na vida real, But, nascido em Duchambe, na República do Tadjiquistão, não tinha paradeiro; vivia entre Moscou, Bruxelas e Sharjah nos Emirados Árabes Unidos. Tanto na ficção quanto na realidade, Orlov/But transportava suas cargas letais em aviões. Chegou a operar mais de 50 cargueiros.

O Senhor das Armas - Atividade sobre o filme.

No início do filme, antes da apresentação dos créditos relativos à produção, o personagem central vivido por Nicolas Cage fala rapidamente sobre a relação entre homens e armas no complexo mundo em que vivemos. Concluindo sua fala ele nos diz que há aproximadamente uma arma para cada doze habitantes da Terra. O que poderia ser pensado como um prólogo que teria um fechamento pacifista é, na realidade, a oportunidade para que esse autêntico senhor da guerra termine se perguntando: "O que precisamos fazer para que as outras onze pessoas tenham armas?".
Baseado na vida de um contrabandista internacional de armas que abasteceu as principais guerras do planeta entre os anos 1980 e 1990, O Senhor das Armas, do diretor Andrew Niccol, repercutiu com grande destaque em virtude de sua temática tão polêmica e atual. Afinal de contas, como ficamos sabendo a partir do próprio filme, as balas fabricadas para utilização nas famosas armas automáticas AK-47, de origem russa, já vitimaram mais pessoas ao redor do globo do que as bombas atômicas lançadas sobre o Japão pelos norte-americanos na 2ª Guerra Mundial.
As duras lições que nos são dadas por esse filme começam de forma inesperada durante os letreiros iniciais. Nesses minutos já se conta uma história deveras interessante, a da fabricação, embalagem, venda, transporte e entrega de um dos mais cobiçados, caros e mortíferos produtos criados pela humanidade, as balas do referido fuzil AK-47. O problema é que o percurso didático que nos apresenta os caminhos percorridos por essa munição entre o seu fabricante e o comprador não acaba com o recebimento da encomenda. A verdade é que as balas chegam ao destinatário final que não é o comprador, mas a vítima desses invólucros metálicos recheados de pólvora e criados especificamente para anunciar a morte...
Não são apenas as armas russas que engrossam os índices de contrabando. Armas americanas e de outras origens também são muito cobiçadas e fazem com que a mortalidade seja muito maior do que deveria em países de todos os continentes, com especial destaque para a Ásia e a África, já atormentadas por suas mazelas sociais e injusta distribuição de renda.
A mortandade disparada através dessas automáticas e semi-automáticas não está, no entanto, apenas nesses confins. São as armas obtidas através dos contrabandistas que de certa forma avalizam os investimentos de outros setores ilegais que promovem muitas mortes e desgraças, como o mundo das drogas, a indústria mundial de seqüestros e mesmo a violência cotidiana verificada em assaltos, roubos, lutas de gangues e assassinatos triviais.
O Filme
Yuri Orlov (Nicolas Cage) é um perdedor. Vive na sombra de sua família. Não conseguiu encontrar seu lugar no mundo. É totalmente desprezado pela mulher que ama. Tudo o que se refere a sua existência é desanimador e suas perspectivas futuras são tão desoladoras quanto tudo aquilo que ele já vivera. No entanto, há um ponto de virada em sua vida. E essa transformação não poderia ter um início mais estranho e assustador. Tudo se modifica a partir do momento em que Orlov presencia um assassinato e percebe que juntamente com o cheiro de pólvora que ficara no ar, misturado ao vermelho intenso do sangue e a morte dos que foram mortos, há grandes chances de se ganhar dinheiro...
As "verdinhas" poderiam sair de um mercado consumidor alternativo, formado por pessoas que precisam de novas armas e de munição para a realização de seus trabalhos de "limpeza" e "extermínio" de pragas indesejáveis.
Não importa a Orlov saber quem serão as vítimas dessa "necessária" dedetização. Basta a ele concluir que existem interessados, mercadorias e que, devido aos riscos desse potencial campo de trabalho, lucros imensos a obter.
A partir de então, Orlov entra aos poucos nos meandros de um mundo que é ao mesmo tempo muito excitante e realmente perigoso aos seus olhos. Suas vendas começam no mercado interno norte-americano como fornecedor do crime organizado ou de milícias particulares e acaba crescendo a ponto dele se tornar um "exportador" de armas.
Dos Estados Unidos o descendente de russos parte para empreitadas que o levam aos golpes militares das repúblicas bananeiras latino-americanas, as guerras civis africanas e aos violentos e prolongados conflitos religiosos do Oriente Médio. Em seus vários anos de contrabandista internacional de armas, Orlov descobre que aos grandes lucros há, em igual medida, enormes riscos.
Yuri também percebe que mesmo sendo vulnerável apesar de seus disfarces legais que tentam legitimar suas negociações, há espaço para desfrutar da riqueza que acumula para ter tudo o que sempre sonhou ao seu alcance, inclusive o amor da mulher por quem se apaixonara quando ainda era um fracassado...
O Senhor das Armas, a despeito da inerente violência de sua trama é um filme que pode se tornar um libelo em favor da paz. As mortes narradas nesse empolgante thriller, que tem como referência a história verdadeira de um contrabandista de armas, devem incentivar as pessoas a cobrar mais determinação dos governos em sua luta contra o comércio ilegal de armas e, principalmente, nos forçar a exigir de nossos líderes políticos um real compromisso de banimento das armas e da violência na Terra...
Para Refletir
O foco do filme na história de Yuri Orlov não nos permite, muitas vezes, perceber que nas linhas finais de O Senhor das Armas encontram-se os maiores vilões do comércio mundial de armas, os governos e empresas dos países mais ricos do planeta, que agindo de forma legalizada, distribuem porcentagens de armas muito maiores do que qualquer contrabandista individual. Se não bastasse isso, a corrupção, o descaso das autoridades e as arbitrariedades de muitos líderes em países mais pobres colocam a violência como moeda de troca em regimes autoritários, repressivos e totalmente corrompidos moralmente. Não há apenas uma bandeira a se levantar nessa luta contra as armas de fogo, ou melhor, não temos que nos mobilizar contrariamente ao contrabando, mas também às mortes promovidas pelo comércio legal desses armamentos e munições.
 
Responda:
1.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. Qual característica desse período histórico inspirou o filme O Senhor das Armas?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3. Quais países africanos, marcados por violentas guerras civis, têm destaque no filme?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4. Ao final do filme, se observa que os grandes contrabandistas de armas são países. Quais países são citados no filme, como grandes comerciantes de armas? E qual papel de destaque no mundo eles ocupam?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Qual é o período da história que mais contribuiu para os negócios do personagem Orlov?
É ainda no início do filme que ficamos sabendo que há 550 milhões de armas espalhadas nos diversos países do planeta. Esse montante de recursos bélicos espalhados pelo mundo nos lega algumas dúvidas e reflexões:
- O que aconteceria se o dinheiro investido na fabricação dessas armas fosse destinado à ampliação dos estoques alimentares da Terra ou utilizado para a fabricação de medicamentos em larga escala para o abastecimento das áreas mais carentes do mundo?
- Se todos os dólares utilizados na produção e comercialização dessas armas fossem desviados para outras finalidades quantas vidas seriam salvas anualmente?
- Quanto se economizaria anualmente em custos hospitalares, seguros-saúde ou de vida e pensões governamentais utilizados nos tratamentos das vítimas não-fatais desses armamentos? Esse dinheiro não poderia melhorar e muito a educação, a saúde, a habitação, o saneamento básico, os transportes e tantos outros setores sociais carentes nos países mais pobres do mundo?
- As guerras mantidas à custa dessas armas e toda a destruição material dos países onde acontecem tem custos elevadíssimos. Sem todos esses detonadores de vidas e recursos materiais o que se poderia proporcionar às populações que vivem nessas localidades devastadas?
O mais importante, no entanto, é perceber que em pleno século XXI, mesmo depois de todas as lições que nos foram dadas ao longo da história, a morte ainda é encarada como um grande e promissor negócio capaz de movimentar bilhões de dólares e que, em virtude disso, continua acontecendo com enorme regularidade.
Quando iremos fazer as lições de casa e banir as armas de fogo? Em que momento de nossas existências iremos parar de nos matar em larga escala? Será que algum dia as lições de amor, solidariedade, paz e compreensão entre os homens serão verdadeiramente aprendidas?
5. Produza um pequeno texto contendo suas reflexões sobre essa temática.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

O Senhor das Armas

Desculpas por tanta demora...

Quanto tempo sem uma nova postagem, mas para os que ainda não sabem, perdi meu netbook, o que me deixou um bom tempo sem cabeça para novas postagens, mas já providenciei outro... Então seguem novas notícias.

Entenda a polêmica envolvendo o novo Código Florestal

O Congresso chegou a um impasse na votação do projeto de lei que altera o Código Florestal brasileiro. Os ruralistas defendem as alterações propostas pelo governo, que irão beneficiar os pequenos agricultores, enquanto os ambientalistas temem o risco de prejuízos ao meio ambiente.

O Projeto de Lei no 1.876/99, elaborado pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB), tramita há 12 anos na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ele foi aprovado em julho do ano passado por uma comissão especial e colocado em pauta para ser votado no último dia 12 de maio. Porém, prevendo uma derrota, a bancada governista retirou o projeto de pauta, que agora não tem prazo definido para voltar ao plenário.

O Código Florestal reúne um conjunto de leis que visam à preservação de florestas, como limites para exploração da vegetação nativa e a definição da chamada Amazônia Legal (área que compreende nove Estados brasileiros). O primeiro código data de 1934 e o atual (Lei no 4.771), de 1965.

O documento adquiriu maior importância nos últimos anos por conta das questões ambientais. Ao mesmo tempo, precisa ser atualizado para se adequar à realidade socioeconômica do Brasil.

Estima-se que 90% dos produtores rurais estejam em situação irregular no país, pois não seguiram as especificações do código de 1965. Eles plantam e desmatam em locais proibidos pela legislação. É o caso, por exemplo, de plantações de uvas e café nas encostas de morros e de arroz em várzeas, em diversas regiões do país.

Para regularizar a condição dessas famílias, o novo Código Florestal propõe, entre outras mudanças, a flexibilização das regras de plantio à margem de rios e de reflorestamento. Os ambientalistas, no entanto, contestam o projeto. Segundo eles, haverá incentivo ao desmatamento e impactos no ecossistema.

O desafio será equacionar a necessidade de aumentar a produtividade agrícola no país e, ao mesmo tempo, garantir a preservação ambiental.

Pontos de discórdia

Entre os principais pontos polêmicos do novo Código Florestal estão os referentes às APPs (Áreas de Preservação Permanente), à Reserva Legal (RL) e à "anistia" para produtores rurais.

Áreas de Preservação Permanente são aquelas de vegetação nativa que protege rios da erosão, como matas ciliares e a encosta de morros. O Código Florestal de 1965 determina duas faixas mínimas de 30 metros de vegetação à margem de rios e córregos de até 10 metros de largura. A reforma estabelece uma faixa menor, de 15 metros, para cursos d'água de 5 metros de largura, e exclui as APPs de morros para alguns cultivos.

Entidades ambientalistas reclamam que a mudança, caso aprovada, aumentará o perigo de assoreamento e afetará a fauna local (peixes e anfíbios), além de incentivar a ocupação irregular dos morros, inclusive em áreas urbanas. Já os ruralistas acreditam que a alteração vai ajudar pequenos produtores, que terão mais espaço para a lavoura.

Um segundo ponto diz respeito à Reserva Legal, que são trechos de mata situados dentro de propriedades rurais que não podem ser desmatados. Cerca de 83 milhões de hectares estão irregulares no Brasil, segundo a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

A lei determina que todo dono de terreno na zona rural deve manter a vegetação nativa em proporções que variam de acordo com o bioma de cada região. Na Amazônia é de 80%, no cerrado, 35%, e nas demais regiões, 20%.

Anistia

O projeto exclui a obrigatoriedade para pequenos proprietários (donos de terras com até quatro módulos fiscais, ou, aproximadamente, de 20 a 400 hectares) de recuperarem áreas que foram desmatadas para plantio ou criação de gado. Para os médios e grandes proprietários são mantidos os porcentuais, com a diferença de que eles poderão escolher a área da RL a ser preservada. O dono de uma fazenda em Mato Grosso, por exemplo, poderia comprar terras com vegetação natural em Minas para atender aos requisitos da lei.

Para a oposição, há pelo menos dois problemas. Fazendeiros podem dividir suas propriedades em lotes menores, registrados em nome de familiares, para ficarem isentos da obrigação de reflorestamento. E, caso possam comprar reservas em terrenos sem interesse para a agricultura, poderão criar "bolsões" de terras áridas. A bancada ruralista, ao contrário, acredita que a medida vai favorecer produtores que não têm condições de fazer reflorestamento.

O terceiro ponto de discórdia diz respeito à anistia para quem desmatou, tanto em Áreas de Preservação Permanente quanto em Reserva Legal. O Código Florestal prevê que serão multados proprietários que desmataram em qualquer época. O texto em debate isenta os produtores de multas aplicadas até 22 de julho de 2008 - data em que entrou em vigor o decreto regulamentando a Lei de Crimes Ambientais. Os contrários à proposta acham que a anistia criará precedente que irá estimular a exploração predatória das florestas.
                                                                     FONTE: UOL ATUALIDADES